Fim de ano: esgotamento emocional.
Esgotamento emocional no fim de ano: por que acontece e como cuidar de si
O fim de ano costuma ser romantizado como um período de descanso, celebração e renovação. No entanto, para muitas pessoas, esse é justamente o momento em que o corpo e a mente começam a sinalizar exaustão. A combinação entre responsabilidades acumuladas, excesso de demandas, expectativas externas e a sensação de urgência por “fechar ciclos” cria um terreno fértil para o esgotamento emocional.
Estudos sobre estresse crônico e saúde mental mostram que longos períodos de sobrecarga reduzem a capacidade do sistema nervoso de recuperar energia emocional, prejudicando a concentração, o humor e o sono (McEwen, 2007). Ao chegar dezembro, a soma de pressão, cansaço e obrigações pode levar a sintomas como irritabilidade, impaciência, cansaço extremo, sensação de inadequação, crises de ansiedade e queda no rendimento.
Além disso, o calendário emocional das famílias, festas, encontros, finanças apertadas e cobranças internas, também intensifica tensões. O cérebro interpreta esse volume de estímulos como ameaça e aumenta o nível de cortisol, elevando ainda mais o estresse (Sapolsky, 2015).
É importante compreender que o esgotamento não é sinal de fraqueza, mas uma resposta natural de um organismo em sobrecarga prolongada. Nesse período, a saúde mental exige atenção especial: pausas reais, redução de exigências, reorganização da rotina e, quando necessário, suporte terapêutico. A escuta clínica ajuda a compreender a origem do cansaço, reorganizar expectativas e fortalecer recursos emocionais para iniciar o próximo ano com mais estabilidade e clareza.
Cuidar de si no fim de ano não é luxo; é prevenção. O descanso só acontece de fato quando a mente também encontra espaço para respirar.
