Terapia do Feminino – A Mulher que Dá Conta de Tudo
Quando o peso se torna invisível
Quantas vezes ouvimos frases como: “Você é forte, você aguenta, você dá conta de tudo”?
Aos poucos, muitas mulheres começam a acreditar que sua identidade está ligada a essa força sobre-humana, a essa capacidade de carregar o mundo nos ombros sem nunca reclamar.
Mas por trás desse ideal de perfeição, existe cansaço, solidão e, muitas vezes, uma sensação de não ser vista em sua dor.
O que a psicanálise nos mostra
Na visão lacaniana, a mulher que tenta dar conta de tudo está respondendo a um desejo do outro: o desejo da família, da sociedade, dos padrões que dizem como ela deve ser.
Nessa busca de corresponder a tantas expectativas, o próprio desejo — aquilo que realmente dá sentido à vida — fica esquecido.
E o mais importante: não existe completude. Não existe a “mulher perfeita” que consegue sustentar todos os papéis sem falhar. A falta faz parte da vida e não é um erro: é justamente o que nos permite desejar, buscar, criar e nos reinventar.
Uma história para refletir
Havia uma mulher que acreditava carregar o mundo inteiro em suas mãos. Ela segurava firme cada responsabilidade, cada pessoa, cada expectativa. Tinha medo de que, se abrisse mão de algo, tudo desmoronaria.
Um dia, exausta, soltou as cordas por um instante. E, para sua surpresa, o mundo continuou girando.
Nesse momento, ela percebeu que poderia respirar, olhar para si mesma e se perguntar:
— O que eu desejo para mim?
A libertação de não dar conta
Na Terapia do Feminino, trabalhamos esse espaço de reconciliação com a falta, com o limite e com a humanização.
Permitir-se não dar conta de tudo é um gesto de coragem e amor próprio. É abrir espaço para a vulnerabilidade, para a verdade interna, para o encontro com a própria singularidade.
Conclusão
A mulher que se cobra dar conta de tudo carrega uma prisão invisível. Quando se autoriza a escutar a si mesma, descobre que não precisa sustentar o mundo para existir.
No espaço terapêutico, ela encontra acolhimento, escuta e a possibilidade de viver não apenas para o outro, mas também — e principalmente — para si.
✨ Na terapia, a mulher aprende que não ser perfeita não é falha, é libertação.
