Sonhar como ato político
O capitalismo tardio tentou colonizar até os sonhos: transformou-os em metas, promoções, consumo.
Precisamos reaprender a sonhar.
O sonho não é escapismo. É o primeiro gesto de insubmissão ao “é assim mesmo”.
Quando uma comunidade quilombola sonha com a titulação da terra, é ato político.
Quando um paciente sonha com uma vida além do diagnóstico, é ato clínico.
Quando um professor sonha com alunos que pensem por si, é ato pedagógico.
Sonhar é abrir passagem para o que ainda não existe — mas pode existir.
É a semente do novo.
E ela já brota em iniciativas comunitárias, greves, coletivos, rodas de conversa, e na recusa silenciosa de aceitar a vida como mercadoria.
Fecho com uma pergunta — não para ser respondida agora, mas para te acompanhar quando você sair daqui:
Que vida ‘inútil’ você quer viver?