O biofeedback é uma prática terapêutica que combina psicologia e tecnologia para ensinar a pessoa a reconhecer e modular seus próprios sinais fisiológicos. Durante a sessão o profissional conecta sensores que registram frequência cardíaca, condutância da pele, respiração, temperatura periférica ou a atividade elétrica dos músculos. Esses dados são transformados em sons, gráficos ou cores num monitor, criando um espelho em tempo real do que acontece dentro do corpo. Ao visualizar esse “espelho biológico”, o paciente aprende a identificar gatilhos de estresse e a experimentar técnicas de relaxamento, imaginação ou respiração até que as leituras indiquem um retorno ao equilíbrio. Com treinamento contínuo o organismo consolida novas rotas de autorregulação, reduzindo a necessidade de intervenção externa.
Originalmente usado em laboratórios de psicofisiologia na década de 1960, o biofeedback evoluiu para clínicas de dor, centros de reabilitação motora e consultórios de saúde mental. Hoje ele é indicado para enxaqueca, bruxismo, hipertensão essencial, distúrbios de ansiedade, transtorno de déficit de atenção, fibromialgia, incontinência urinária e para otimizar desempenho de atletas ou músicos que precisam de alto controle corporal. Diferentemente de um medicamento, o método coloca o sujeito no centro do processo: é ele quem aprende a acalmar o próprio sistema nervoso autônomo. Estudos randomizados mostram que oito a doze sessões podem reduzir a frequência de crises de enxaqueca em até 50 % e melhorar marcadores de variabilidade cardíaca, associados a resiliência ao estresse.
O protocolo costuma começar com uma avaliação basal, segue com metas graduais e termina quando o paciente é capaz de reproduzir, sem aparelhos, a mesma sensação de autorregulação conquistada no consultório. Embora alguns dispositivos caseiros estejam disponíveis, a orientação inicial de um profissional certificado (psicólogo, fisioterapeuta ou médico) garante a escolha dos parâmetros corretos e aumenta a taxa de sucesso. O biofeedback é indolor, livre de efeitos colaterais farmacológicos e pode ser integrado a abordagens como terapia cognitivo‑comportamental ou mindfulness, ampliando o repertório de ferramentas para promoção de saúde e qualidade de vida.