Narrativa

A terapia narrativa no Brasil despontou na década de 1990, impulsionada por profissionais que buscavam alternativas ao modelo biomédico tradicional. Seu princípio central é simples, mas poderoso: as pessoas não são o problema; o problema é o problema. Ao externalizar questões como depressão, ansiedade ou traumas de infância, o indivíduo deixa de se ver como ‘defeituoso’ e passa a examinar essas dificuldades como histórias que podem ser contadas de maneira diferente. Durante as sessões, o terapeuta convida o cliente a explorar os enredos que sustentam crenças limitantes, identificando quem são os protagonistas, quais vozes foram silenciadas e que eventos ganharam destaque indevido. A partir desse mapeamento, surgem brechas narrativas onde novas possibilidades podem florescer.

Um recurso frequente é a “entrevista definidora de momentos preferidos”, em que o terapeuta pergunta sobre situações onde o cliente agiu em desacordo com o problema; por exemplo, um dia em que conseguiu sair da cama apesar da tristeza. Esses momentos, por menores que pareçam, funcionam como fios de esperança. Ao conectá‑los, constrói‑se uma trama alternativa que evidencia valores, habilidades e sonhos negligenciados. Esse processo também incorpora práticas culturais brasileiras: composições musicais, cordel, rodas de conversa e até relatos de fé são utilizados para dar textura emocional às novas histórias. O objetivo não é negar a dor, mas recontextualizá‑la, mostrando que ela convive com outras experiências que definem quem somos.

Em contextos comunitários, a terapia narrativa tem ajudado sobreviventes de violência urbana a reconstruir o senso de agência coletiva. Projetos em periferias de São Paulo utilizam murais colaborativos, onde cada participante pinta símbolos que representam conquistas pessoais; depois, durante uma roda, explicam seu significado, fortalecendo a identidade do grupo. Na saúde pública, hospitais de referência em oncologia adotam rodas narrativas para pacientes e familiares, facilitando o enfrentamento de incertezas do tratamento. Já em empresas, programas de storytelling terapêutico têm reduzido o burnout ao transformar relatos de fracasso em aprendizados compartilhados.

Antes de iniciar, recomenda‑se uma avaliação ética: o profissional precisa esclarecer limites de confidencialidade e possíveis riscos de reativação de memórias traumáticas. A coautoria é regra de ouro – nada é imposto; tudo é construído em parceria. Quando o cliente percebe que seu passado não é sentença irrevogável, abre‑se espaço para escolhas conscientes no presente. Assim, a terapia narrativa se configura como ponte entre experiência vivida e futuro desejado, oferecendo um caminho criativo e culturalmente sensível para ressignificar a própria jornada.

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