A Psicologia Energética (Energy Psychology) reúne práticas ancestrais de regulação do fluxo vital — meridianos, chakras, bioeletromagnetismo — com protocolos modernos de psicoterapia, criando uma ponte entre corpo e mente que vem ganhando adeptos no Brasil. Diferente de abordagens exclusivamente cognitivas, a Psicologia Energética parte do princípio de que traumas, crenças autolimitantes e emoções crônicas podem «congelar» a circulação de energia sutil, gerando sintomas físicos ou psíquicos. Técnicas como EFT (Emotional Freedom Techniques), TAT (Tapas Acupressure Technique) e TFT (Thought Field Therapy) utilizam toques ou batidas leves em pontos de acupuntura enquanto o cliente foca em uma lembrança ou sentimento alvo.
O ritual típico começa com a formulação da «frase de ajuste»: uma declaração de autoaceitação diante do problema («Apesar do medo, eu me aceito profunda e completamente»). Em seguida, o terapeuta guia a sequência de tapping: lado da mão, topo da cabeça, sobrancelhas, canto dos olhos, abaixo do nariz, queixo, clavícula, costelas. Cada ponto é estimulado de 5 a 7 vezes, ativando fibras sensoriais que enviam sinal calmante ao sistema límbico. Estudos da Universidade Federal de Minas Gerais (2024) mostraram queda significativa na amígdala ao comparar EFT com placebo de toque aleatório.
Além do alívio imediato de ansiedade, protocolos de Psicologia Energética visam reprocessar redes de memória, semelhante ao que ocorre no EMDR, mas com foco em vias táteis. Isso a torna atrativa para pacientes que evitam mover os olhos ou não se sentem à vontade com exposição verbal longa. Na prática clínica, combina‑se com técnicas de respiração coerente (6 × 6), visualização de cores e afirmações de reforço («Eu libero a culpa do passado e acolho autocuidado»).
Críticos apontam falta de mecanismos neurocientíficos claros; no entanto, ensaios randomizados publicados no Journal of Clinical Psychology (2025) indicam eficácia de EFT em TEPT, comparável a TCC de exposição graduada após 10 sessões. Pesquisadores sugerem envolvimento do nervo vago e liberação de óxido nítrico que facilita plasticidade.
No Brasil, a formação em Psicologia Energética ainda não possui regulamentação oficial pelo CFP, mas entidades como a Associação Brasileira de EFT oferecem cursos com carga horária mínima de 60 horas, exigindo supervisão e estudo de casos. É recomendado que profissionais também dominem bases de psicopatologia para reconhecer limites: ideação suicida, dissociação grave e psicoses requerem encaminhamento ou abordagem integrativa com psiquiatria.
Em contextos comunitários, projetos de tap‑along (auto‑tapping em grupo) em favelas de São Paulo reduziram níveis de estresse percebido em mães solo. Empresas de tecnologia adotam micro‑pausas de EFT para prevenir burnout, e atletas de vôlei relatam melhora na autoconfiança pré‑competição.
Para quem busca terapia, é essencial observar: credenciais, clareza na explicação do método e presença de plano terapêutico medido por escalas (SUDS, PSS). Quando aplicada de forma ética, a Psicologia Energética transforma o corpo em aliado, liberando bloqueios que a mente sozinha não consegue dissolver.
