Culturalmente Sensível

A Psicologia Sensível à Cultura surge como resposta à constatação de que sintomas, narrativas de sofrimento e estratégias de cura não são universais. No Brasil, por exemplo, é comum que experiências espirituais façam parte do discurso clínico, enquanto em alguns países europeus essas mesmas vivências poderiam ser interpretadas como sintomatologia psicótica. Ao reconhecer tais diferenças, a prática sensível à cultura convida o profissional a abandonar o modelo “tamanho único” e a adotar uma postura de curiosidade humilde: como este paciente concebe saúde mental, o que significa família, qual é o papel da fé?

O primeiro passo é a autoconsciência cultural do terapeuta. Antes de explorar o universo do cliente, o profissional mapeia suas próprias crenças sobre gênero, poder, tempo, sucesso. Esse exame evita projeções — por exemplo, supor que hesitar ao tomar decisões indica baixa autoestima, quando pode refletir um valor de coletividade. Em sessões de supervisão, discute-se como privilégio, cor de pele e idioma influenciam a aliança terapêutica.

Técnicas práticas incluem o uso do “Formulário Cultural” do DSM‑5, adaptado para o contexto brasileiro, onde se investiga explicações locais para a doença, redes de apoio e práticas de autocuidado tradicionais, como rezas, benzimentos ou uso de ervas. O terapeuta valida a relevância desses recursos e, se seguro, integra-os ao plano de tratamento. Pesquisas da Universidade Federal da Bahia revelam que pacientes que percebem respeito por sua religiosidade aderem mais à psicoterapia e relatam maior satisfação.

Outro componente é a competência linguística. Profissionais bilíngues ou que trabalham com intérpretes devem garantir que metáforas culturais sejam preservadas. Um migrante haitiano que descreve “kè m ap kriye” (meu coração chora) comunica algo além de tristeza; ele evoca uma vivência coletiva de perda. Traduzir literalmente apagaria nuances e comprometeria a empatia.

A sensibilidade cultural também requer análise de contexto socioeconômico. Não basta ensinar técnicas de regulação emocional a uma mãe solo que enfrenta insegurança alimentar; é preciso conectar a cliente a serviços comunitários e defender políticas públicas. A psicologia torna-se então agente de justiça social, reconhecendo que sofrimento psíquico muitas vezes germina em ambientes opressores.

Para desenvolver essa competência, profissionais podem participar de grupos de estudo interculturais, vivenciar imersões em comunidades tradicionais e buscar supervisão com especialistas em diversidade. Organizações como a Sociedade Brasileira de Psicologia Intercultural oferecem cursos que abordam racismo estrutural, migração, identidade indígena e interseccionalidade.

Quando aplicada com integridade, a Psicologia Sensível à Cultura cria espaço onde o cliente não precisa escolher entre sua herança e sua saúde mental. Em vez disso, seus valores ancestrais se tornam alicerces de cuidado, possibilitando um processo terapêutico que honra tanto a ciência quanto a história de vida singular de cada pessoa.

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