
Transtornos do humor englobam condições psiquiátricas que alteram de forma significativa o estado emocional e os níveis de energia de uma pessoa. Os quadros mais conhecidos são depressão maior, transtorno bipolar e transtorno depressivo persistente (distimia).
Depressão maior apresenta humor deprimido, anedonia, sensação de culpa, fadiga, alterações no sono e no apetite, ideação suicida. Episódios duram pelo menos duas semanas e afetam trabalho, estudo e relacionamentos.
Transtorno bipolar alterna fases de mania/hipomania — euforia, aumento de energia, impulsividade — com episódios depressivos. O tipo I inclui mania severa; o tipo II apresenta hipomania mais leve, mas depressões intensas.
Distimia caracteriza‑se por humor cronicamente baixo por dois anos ou mais, com sintomas menos intensos que a depressão maior, mas com grande impacto funcional ao longo do tempo.
Causas multifatoriais:
- Genética — herança poligênica eleva vulnerabilidade.
- Neuroquímica — disfunção em serotonina, noradrenalina, dopamina.
- Fatores ambientais — trauma, estresse crônico, isolamento social.
- Estilo de vida — sedentarismo, privação de sono, dieta inflamatória.
Diagnóstico exige avaliação clínica, escalas (PHQ‑9, YMRS) e exclusão de causas médicas (hipotireoidismo, deficiência de B12).
Tratamento integrado:
- Terapias: TCC, terapia interpessoal, terapia focada na família.
- Farmacoterapia: ISRS, IRSN, estabilizadores de humor (lítio, valproato), antipsicóticos atípicos.
- Estilo de vida: exercício aeróbico 150 min/semana, higiene do sono, dieta mediterrânea.
- Psicoeducação — reconhecer sinais de recaída, adesão medicamentosa.
- Tratamentos avançados: ECT, estimulação magnética transcraniana, cetamina em depressão resistente.
Prevenção de recaídas: plano de crise, diário de humor, rede de apoio e consultas regulares.
Estigma ainda impede muitos de buscar ajuda. Campanhas de conscientização e linguagem sem rótulos reduzem barreiras.
Prognóstico: com tratamento adequado, 60‑80 % apresentam remissão significativa. A chave está em intervenção precoce e acompanhamento contínuo.
Mensagem: transtornos do humor não são fraqueza. Eles são condições médicas tratáveis que merecem cuidado compassivo e baseado em evidências.