
Dependência de internet é um transtorno comportamental em que o uso on‑line deixa de ser ferramenta e converte‑se em compulsão. Redes sociais, jogos, streaming ou compras podem ocupar horas a fio, interferindo em sono, estudo, trabalho e relações. Pessoas afetadas relatam ansiedade quando desconectadas, perda de noção do tempo e mentiras sobre o tempo gasto. A Organização Mundial da Saúde reconhece o gaming disorder, mas especialistas defendem que o conceito se estende a outr...
Sinais de alerta:
- Mais de 5–6 horas diárias não profissionais on‑line.
- Negligência de obrigações (atraso escolar, faltas no trabalho).
- Irritabilidade ou depressão ao tentar reduzir uso.
- Uso como fuga de problemas ou regulação emocional.
- Comprometimento de visão, postura e dores cervicais.
Causas combinam vulnerabilidades psíquicas (ansiedade social, TDAH, depressão), reforço instantâneo de curtidas e recompensas variáveis dos algoritmos (scroll infinito). Em jovens, baixa supervisão parental e isolamento social durante pandemias aumentaram a incidência.
Intervenção:
- Terapia Cognitivo‑Comportamental para Internet Addiction (CBT‑IA) — reestruturação de crenças (“preciso estar on‑line para ser relevante”) e treinamento de autocontrole.
- Mindfulness digital — perceber gatilhos antes de clicar.
- Detox gradual — redução a 75 %, depois 50 % do tempo; bloqueadores de apps.
- Atividades substitutivas — esporte, arte, voluntariado para liberar dopamina saudável.
- Suporte familiar — pactos de uso, zonas livres de tela em casa.
No Brasil, programas escolares de educação midiática ensinam a diferenciar lazer de dependência. Operadoras oferecem relatórios de consumo e pausas automáticas.
Prognóstico: com intervenção precoce, melhora em 3–6 meses. Casos graves podem exigir farmacoterapia para comorbidades.
Desconectar não é regressão tecnológica; é reconectar‑se consigo, com o corpo e com o mundo real.