
Abuso de drogas é a utilização continuada ou descontrolada de substâncias psicoativas – lícitas ou ilícitas – que provoca danos ao corpo, à mente e às relações sociais. No Brasil, onde álcool, cocaína, crack, maconha sintética e medicamentos ansiolíticos circulam com relativa facilidade, o abuso costuma surgir como tentativa de aliviar estresse, traumas ou pressões econômicas. Entretanto, o alívio é curto: com o tempo surgem dependência química, tolerância (necessidade de doses maiores) e síndrome de abstinência intensa.
A dimensão física inclui lesões hepáticas, cardiopatias, infecções, alterações neurológicas e risco de overdose. Na esfera mental, aparecem ansiedade grave, depressão, psicoses induzidas e maior probabilidade de suicídio. Relações familiares se fragilizam por mentiras, furtos e violência impulsiva; no trabalho, faltas frequentes e queda de produtividade levam a demissões, alimentando o ciclo de exclusão social.
Sinais de alerta: mudanças bruscas de humor, olhos avermelhados, falhas de memória, sumiço de objetos de valor para financiar o vício e isolamento progressivo. Adolescentes representam um grupo vulnerável, pois o cérebro ainda em desenvolvimento é mais suscetível a alterações permanentes nas áreas responsáveis por tomada de decisão. Gestantes usuárias de drogas apresentam risco elevado de parto prematuro e malformações fetais.
O tratamento envolve múltiplas frentes. A desintoxicação segura pode exigir internação breve para estabilizar sinais vitais. Posteriormente, terapias cognitivo‑comportamentais ajudam a identificar gatilhos, enquanto abordagens motivacionais reforçam o compromisso com a mudança. Medicamentos como metadona ou buprenorfina reduzem cravings em dependentes de opiáceos; para álcool, naltrexona e acamprosato diminuem a recaída. Famílias podem participar de programas de intervenção sistêmica para restaurar confiança e estabelecer limites.
Políticas públicas baseadas em redução de danos – distribuição de seringas esterilizadas, testagem de substâncias e acesso a naloxona – comprovadamente salvam vidas. Organizações como CAPS‑AD, comunidades terapêuticas certificadas e grupos de apoio (AA, NA) oferecem acolhimento e troca de experiências. Apps de monitoramento de humor e grupos online anônimos podem ser úteis entre sessões presenciais.
Lembre‑se: o primeiro passo é pedir ajuda. Quanto mais cedo o suporte especializado é procurado, maiores são as chances de recuperação. Se você ou alguém próximo enfrenta o abuso de drogas, procure um serviço de saúde, converse com um profissional de confiança e não subestime pequenos progressos – eles representam conquistas no caminho para uma vida plena.